VESTIR MEMÓRIAS, INSPIRAR FUTUROS

Há uma urgência em querer vestir mais do que roupas. Vestimos histórias, liberdades, identidades que nos atravessam. Às vezes, é um detalhe no tecido, uma estampa ou uma textura que abre frestas para outras formas de existir. Nesse caminho, o vestir deixa de ser só aparência para se tornar também memória e escolha.

É nesse mesmo gesto de abrir espaço para outras narrativas que lembramos, no dia 15 de setembro, o aniversário de Chimamanda Ngozi Adichie. Escritora nigeriana que fala com firmeza sobre o direito de existir em multiplicidade, ela nos inspira a pensar que o ato de vestir também pode ser uma declaração de liberdade.

Chimamanda Ngozi Adichie

Seja ao reivindicar a pluralidade das vozes femininas em Sejamos Todos Feministas, ou ao questionar os perigos de uma história única, Chimamanda nos provoca a olhar para além das molduras já dadas. Assim também acontece com a moda: quando aceitamos apenas uma versão, um padrão, uma estética dominante, apagamos outras possibilidades de viver e de lembrar.

Pensar o vestir como um espaço de escolhas é também abrir caminhos. É permitir que as roupas falem de nossos lugares de origem, de nossos afetos cotidianos. Cada peça pode carregar, como nos textos de Chimamanda, fragmentos de memórias e desejos de futuro, tecendo uma narrativa que não se fecha, mas se abre. Viva Chimamanda e a liberdade de vestir memórias e herança.

 

Leituras para quem quer se inspirar nessa liberdade:

Hibisco Roxo (2003): a história de descobertas e rupturas no seio familiar, contada pelo olhar sensível de uma adolescente.

Meio Sol Amarelo (2006): um retrato intenso de amor, guerra e identidade, ambientado na história da Biafra.

Americanah (2013): a jornada de uma jovem entre nações e narrativas, questionando raça, pertencimento e amor.

 


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